O meu Natal nunca foi o que imaginei. Uns anos faltou a lareira, noutros faltou a família toda à mesa e em todos os outros a neve a cair no exterior. Nunca faltaram as prendas, a mesa farta e a árvore de Natal, mas apesar de gostar de receber prendas, a verdade é que o que gostava mesmo era de brincar com os meus pais, ouvir as histórias do meu avô que me faziam rir como um perdido e em que as filhozes da minha avó eram presença constante no Natal.

Foi talvez o Natal mais triste de que tenho memória, mas
também aquele em que todo o clima de loucura consumista me passou completamente
ao lado, e voltou a ser o que era quando era pequeno, em que a alegria do
convívio à mesa se tornou o mais importante. Tudo o resto passou para um plano
secundário, com excepção das filhozes que a minha avó fez questão de fazer
apesar de já estar muito doente.
Um ano passou desde esse Natal triste mas verdadeiro. O meu
desejo é que este Natal que se aproxima seja também ele próximo do verdadeiro
espírito de Natal. Aparte disso queria também filhoses da minha avó, mas isso já
não vai ser possível.
Alguns dizem que dentro de horas o mundo acaba devido a ser o dia
final do calendário Maia. Outros defendem que este dia marca o fim de um ciclo
e o começo de outro, e outros dizem que vai ficar tudo na mesma.

Votos de um Bom Natal para todos.
H.